quinta-feira, 13 de junho de 2013

Duas asas em uma

Por Roberlan Pereira dos Santos

Nesse instante, milhares de pessoas estão buscando algum sentido para suas existências. Uns, lamentavelmente, nas drogas desejam dias melhores; uma outra porção espera ser feliz quando encontrar um par, a cara metade ou alma gêmea.

Segundo Gandhi a felicidade não é o fim e sim o próprio caminho. Nessa proposição espera-se que sejamos sempre felizes, acompanhados ou sós. Entretanto, devemos lamentar não sermos tão próximos desse conceito de vida – que tanto bem nos traria.

Quando o coração busca algo é mais fácil, mas quando busca alguém. Aí, é diferente.

Sequestremos, então, outro dito milenar: “A amizade é uma alma com dois corpos" (Aristóteles). Essa expressão aristotélica se junta ao conto “Encontros” de Lya Luft, no qual a protagonista sente em si mesma (no corpo) as necessidades de mudanças que seriam percebidas e aceitas apenas pelo seu amante.

Aqui a ideia do amor auto-suficiente parece utópica. Nesta construção preferimos o amor comunhão, comum de dois gêneros. Sem, entretanto, negar os sonhos de auto-suficiência. Honrável esse amor, contudo subtraído nesse contexto.

Em corintios 13 (Hino ao Amor) está escrito: “mas o maior destes (da fé e da esperança) é o amor.” Pronto! De todas as grandes virtudes que existem o amor é a maior delas. Mas como vivê-lo?

Alguns buscam compreender o amor através de fichas, de instruções, deste texto, de livros (Por que os Homens Fazem Sexo e as Mulheres Fazem Amor?) e por meio de pseudo-mandamentos. Mas esquecem-se de que antes de nós o amor já existia. Assim, sua definição é mais complexa, mas sua realização ainda é possível, pois o amor de muitos esfriará". (Mateus 24:12), não o de todos.

Sendo o ser humano um ente social e sociável, a construção do amor ou o encontro de outras asas somente pode ser realizado entre dois corpos. Corpos que “acordem” juntos, briguem, cismem e mesmo assim confirmem a felicidade de cada uma das partes das asas – que ao final serão a mesma asa.

No filme Hitch - Conselheiro Amoroso, encenado por Will Smith, o amor (ou a busca e conquista do amor) é tratado com humor e disciplina. Hitch literalmente ensina aos que o contrata a forma de se conquistar uma mulher. Antes de tudo, amar a si mesmo, observar e avançar – sem chances de fuga. No final...assista...você verá uma grande anti-receita para se dar bem.

Já no filme “Do Que as Mulheres Gostam” com Mel Gibson o roteiro aproxima-se do surrealismo fílmico. Após sofrer um grave acidente, um executivo machista (Nick Marshall - Mel Gibson) passa a ter o dom de ler os pensamentos das mulheres (Imagine!). Entretanto essa mesma obra discutiu sucintamente as consequências da vida infantil na vida adulta, pois Nick quando criança viveu cercado de mulheres, donde vem a frase “Quem quiser entender o Nick deverá entender antes sua mãe.” Isso merece um pouco de Freud.

Então ainda somos assim: seres da “incompletude”. Como diz: “quando vier o que é perfeito (o par perfeito), então o que o é em parte será aniquilado...” (1 Coríntios 13.10)


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